A vocação leiga despontou após o Concílio Vaticano II. A Constituição Dogmática Lumen Gentium (LG) nos lembra:
“Um é o povo eleito de Deus: ‘um só Senhor, uma só fé, um só batismo’ (Ef 4, 5). Comum a dignidade dos membros pela regeneração em Cristo; Comum a graça de filhos; Comum a vocação à perfeição.”
Com estas palavras conciliares, a Igreja afirma a beleza e a importância de todas as vocações, e a comum vocação à santidade assume, no leigo, modalidade própria, que o distingue, sem separá-lo dos outros estados de vida.
E o Papa Francisco diz que cresceu a consciência da identidade e da missão dos leigos na Igreja e há maior participação nos ministérios laicais no documento Evangelii Gaudium. Que belo perceber a força da vocação leiga hoje! Mas essa história começou há muito tempo!
O carisma palotino e a vocação leiga
São Vicente Pallotti, em 1835, intuiu que a presença do leigo na Igreja era uma força na evangelização. Essa intuição deu origem à União do Apostolado Católico, uma obra em que todos os membros do povo de Deus participam e contribuem unidos na missão evangelizadora da Igreja.
Em pleno séculos das luzes, quando a Igreja enfrentava o esfriamento da fé devido a tantas revoluções e crises na sociedade, nasceu uma inspiração que trouxe o próprio homem, o leigo, sem patente alguma, para se tornar evangelizador dele mesmo!
Na época, a intenção de Pallotti não era criar um novo carisma na Igreja, mas na verdade fortalecer o batismo em todo aquele que o recebe, fazendo de cada batizado um apóstolo, como a graça batismal permite: somos um novo Cristo, independente de qualquer coisa!
Passados anos até o Concílio, aquilo que o santo pregou, trabalhou e organizou para estabelecer o apostolado leigo na Igreja, foi oficializado e hoje é uma realidade latente dentro da Igreja em favor da santificação e da evangelização dos povos.
A vocação leiga é uma fonte de santidade
No século XXI, enfrentamos desafios ferozes que atacam a fé, a Igreja e a família o tempo todo. Mas Deus sempre tem respostas para todas as demandas, em qualquer tempo e lugar, por isso encontramos a santidade no meio do povo de Deus.
E desde o nascimento do carisma palotino que a presença da vocação leiga é uma realidade concreta. Onde estão as irmãs palotinas lá também existem os núcleos de leigos que se identificam com o carisma de Pallotti e abraçam a proposta para viver em santidade.
Juntos, vida consagrada e a vocação leiga, eles constroem a unidade, fortalecem os vínculos fraternos, levam a formação e a evangelização para todos os lugares, cooperam com a Igreja em outros apostolados e vivem o amor e o zelo apostólico.
Dessa forma, a vida consagrada alimenta a vocação leiga na fé e na caridade, e os leigos animam a vida religiosa com a alegria própria de quem encontrou, mesmo no mundo, uma fonte viva do Cristo Ressuscitado que levam todos à santidade.
Viver a santidade como leigo é uma graça feliz!
A espiritualidade específica da vocação leiga, dentro do carisma palotino, é o seguimento de Cristo, o Apóstolo do Pai Eterno. Vivendo a fé e amor, os leigos vivem em união com Cristo presente entre eles. Buscam imitar seu amor pelo Pai e por todas as pessoas e querem implementar seu estilo de vida e apostolado perfeitamente no mundo de hoje.
Essa vivência tem como fonte o encontro pessoal com Cristo, a meditação da Palavra, o sacrifício, a humildade, a pobreza de coração e a missão que acontece também diariamente na família, no trabalho, nos estudos e na vida em sociedade.
A vocação leiga palotina está presente em todas as idades e estados de vida: casais, jovens, idosos, viúvas, etc. Famílias inteiras que assumem o compromisso de viverem o batismo de acordo com o carisma palotino, e muitos testemunham com simplicidade essa vocação.
E a beleza é exatamente a unidade, porque eles não estão sozinhos! Há uma multidão de santos que os acompanham nesta caminhada. Dentre eles, o próprio fundador São Vicente Pallotti e em especial Nossa Senhora Rainha dos Apóstolos, a patrona da obra Palotina.
Responda a esse chamado de forma prática
É bela a compreensão sobre a importância da vocação leiga para a Igreja. Mas como vivê-la na prática? O primeiro passo é assumir o batismo como estilo de vida e não apenas como uma memória ou um acontecimento social na família católica.
Depois, irradiar a graça do batismo em todas as situações da vida. Como diz o Papa Francisco, assumir a Igreja como sua casa, ser parte da Igreja e não hóspede ou visitante. Essa postura faz toda a diferença porque faz da vocação leiga uma protagonista na evangelização.
Há ainda a necessidade de comunhão e unidade com todos que acreditam na santidade, seja a vida religiosa, os sacerdotes e os próprios leigos. Afinal, somos um só povo, um só pastor, na mesma fé.
Por fim, não se enfrentam os desafios sem a intimidade com Cristo. Ele é o modelo de santidade para todas as vocações; o consagrado por excelência que nos orienta e fortalece para toda e qualquer missão.
Por meio desses passos, a santidade surge como consequência e as vocações brotam como resposta da fé e do amor ardente por Cristo, sua Mãe e a Igreja.
Assista ao testemunho da família Faragasso sobre a vocação leiga:
SEMANA VOCACIONAL PALOTINA 2023 – A missão dos leigos Palotinos – Família Faragasso