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A espiritualidade legada por São Vicente Pallotti traz consigo esta característica: foi um homem de horizonte amplo e quis que seus filhos espirituais também o possuíssem. E de seus escritos emergem linhas mestras ou fundamentais que conduzem na direção deste vasto horizonte.

Pallotti também faz transparecer a possibilidade de qualquer pessoa poder pertencer à Fundação, vivendo do seu espírito, sem precisar rotular-se de Palotino. Pois, em razão da amplitude da Obra ou da Fundação, da mesma forma a espiritualidade deve ser suficientemente ampla para que todas as pessoas e todos os meios possam, livre e espontaneamente, encontrar nela um lugar. 

A espiritualidade Palotina parte da contemplação da imagem de Cristo Apóstolo. Fundamentalmente esta espiritualidade se radica no próprio ser cristão. Pelo Batismo o cristão recebe o germe da identificação perfeita com Cristo.

Para Vicente Pallotti, Cristo é a pedra angular de todo apostolado e de toda espiritualidade. Por este motivo escreve: “A Regra Fundamental de nossa mínima Congregação é a vida de Nosso Senhor Jesus Cristo para imitá-lo com humildade e confiança. Por isso, todo que entrar para esta Congregação somente o fará impelido pelo perfeito amor de Deus e do próximo.” (OO CC III, 62)

Pallotti depois de advertir sobre o espírito que deve animar sempre sua fundação, ou seja, o espírito de caridade, apresenta os seus modelos de espiritualidade. Ele não tem dúvidas que o fundamento e o modelo de toda e qualquer espiritualidade é Jesus Cristo, porque Ele se tornou, de fato, “o modelo de todo o gênero humano” (OO CC III, 139). Quando Pallotti fala da espiritualidade, a qual deve animar sua fundação, sempre apresenta com evidência e de imediato a pessoa de Jesus Cristo e de Maria, a Rainha dos Apóstolos.

Pallotti vê a Cristo, antes de tudo, sob a imagem de “o Apóstolo do Pai Eterno”, devido à sua profunda experiência de Deus como Amor Infinito e como Misericórdia Infinita. “O Apostolado de Jesus Cristo é a sua obediência ao preceito do Pai Celeste, isto é, a própria obra da redenção” (OO CC III, 139).

Para Vicente Pallotti, depois de Cristo, Maria Santíssima é também causa exemplar do ser e do agir apostólico. Maria ocupa um lugar central na espiritualidade de sua Obra, por isso a colocou sob a especial “proteção da nossa mais que enamoradíssima Mãe Maria Virgem Imaculada, e de José, seu castíssimo Esposo” (OO CCC X. II, 503). Pallotti colocou-a como protetora de sua Obra sob o título de “Imaculada Mãe de Deus e Rainha dos Apóstolos”. A exemplaridade de Maria Santíssima se refere, sobretudo, na sua relação com o Apostolado. Ela é modelo de vida cristã, da vida do Apostolado cristão.

“A Santíssima Virgem, sem ter pregado o Evangelho, gozou, não obstante, do título e da recompensa de Rainha dos Apóstolos, porque Ela, com a eficácia de suas orações sustentou a coragem dos pregadores e fez prosperar suas fadigas” (OO CC IV, 134-135).

(Livro: Linhas mestras da Espiritualidade Palotina. Pe. Marcos João Miszewski, SAC)