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Você já ouviu esse conselho: tenha prudência!? Essa virtude é uma das mais comuns no dia a dia, principalmente porque ela ajuda a frear os impulsos e agir com cautela diante de situações delicadas.

Quer entender melhor sobre a virtude cardeal da prudência? Segue a leitura deste post.

 

O que significa prudência?

 

A palavra prudência tem origem do latim prudentia e significa previsão e sagacidade. O dicionário complementa dizendo que é uma qualidade da pessoa que age de maneira a evitar perigos ou consequências ruins, com precaução, cautela, atenção, sensatez.

Os Santos Padres dizem que a prudência é a mãe de todas as outras virtudes, pois se eu quero saber como agir, tenho que me basear no mundo real, com os pés no chão, ou seja, a prudência indica a medida justa das demais virtudes, sem exagero nem falta.

Assim, a gente percebe que prudência é uma virtude muito importante, útil e presente no cotidiano. Se ela nos ajuda a escolher entre o bem e o mal, então é a companheira certa em qualquer ocasião, seja na vida pessoal, profissional ou nos relacionamentos.

Por sua vez, essa virtude pede inteligência, lógica, memória e vigilância. Ela não é o mesmo que astúcia, porque foca no bem e no amor, não tira proveito das situações, nem age com malícia, como acontece com a astúcia, mas se preocupa com o que é certo.

 

A prudência nas Sagradas Escrituras

 

Na Sagrada Escritura, a prudência aparece como uma propriedade de Deus. O fato importante é que ela vem sempre acompanhada pela sabedoria e juntas fazem parte da natureza divina, logo são dons que habitam no coração de todo batizado.

Em Provérbios 8,12 diz:

“Eu, a Sabedoria, moro com a prudência, e descobri a arte da reflexão. O temor do Senhor odeia o mal. Detesto o orgulho e a soberba, a má conduta e a boca falsa. É meu o conselho e a prudência, são minhas a inteligência e a fortaleza” .

E ainda em Pr. 2,6:

“É o Senhor quem dá a Sabedoria, e de sua boca procedem conhecimento e prudência”.

Em Cristo, a prudência alcança o seu auge porque a medida é dada pelo amor a Deus e ao outro com o mesmo peso e importância.

“Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça e todas estas coisas vos serão dadas em acréscimo” (Mt 6, 33).

Logo, a Palavra de Deus nos ilumina sobre o quanto a prudência é um dom de Deus que precisa ser invocada em todas as situações da vida.

 

Práticas prudentes

 

Papa Francisco, em uma de suas homilias, diz:

“Alguém pode pensar que a prudência seja a virtude ‘alfândega’, que, para não errar, faz parar tudo. Mas não! A prudência é virtude cristã, é virtude de vida; mais, é a virtude do governo”. Entenda melhor!

A partir da seguinte situação: uma discussão em que a raiva toma conta, palavras são ditas, até violência pode acontecer! Que estrago! Já bastam as feridas que as palavras causam quando não são medidas! Será que o relacionamento tem conserto depois disso?

Aí a gente entende o que o Papa quis dizer sobre ‘a virtude do governo’. Saber governar a língua, por exemplo, é uma grande virtude da prudência! Mas para que isso aconteça, a pessoa precisa de alguns instrumentos a fim de não pecar contra a prudência. São eles:

A memória, a razão e o conselho: a memória é o depósito da vida. Nela estão as experiências passadas; a razão é o pé no chão, ela diz se vale a pena o risco; por fim o conselho é a compreensão de que não temos resposta para tudo!

Portanto, antes de se perder nas palavras, observe as experiências passadas (memória); como dizer certas coisas (razão) e se é o momento, o lugar certo (conselho). Isso é prudência. Agora, citamos a língua, mas esse esquema funciona para qualquer situação.

 

Como alcançar essa santa virtude

 

Aristóteles diz algo interessante:

“Os jovens são imprudentes pelo simples fato de serem jovens, isto é, não viveram (acertaram e erraram) o suficiente para adquirir a prudência”.

A boa notícia disso é que a prudência, como toda virtude, se alcança com o tempo.

Logo é preciso viver, enfrentar os desafios da vida que vêm ao nosso encontro. No entanto, se quisermos que a prudência faça parte das nossas ações, precisamos da oração e da meditação da Palavra de Deus.

Como rezou Salomão:

“…Dai-me a sabedoria que partilha do vosso trono…” (Sb.9,4).

Rezar e meditar são duas atitudes da vida cristã que nos conectam ao Espírito Santo, o doador de todos os dons. Por fim, que as virtudes cardeais sejam suas companheiras na vida e na lida

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