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A quaresma é o tempo de preparação para a celebração da maior festa dos cristãos – a Páscoa do Senhor – isso mesmo! Somos cristãos em plenitude por causa da paixão, morte e ressurreição de Jesus, por isso precisamos nos preparar à altura deste mistério.

Se a quaresma é caminho, onde chegaremos então? Em Cristo Ressuscitado, a fim de vivermos com Ele e para Ele. Assim, este post nos recorda a importância desse tempo e oferece um caminho para alcançarmos a meta. Confira!

 

Por que “Quaresma”?

 

A palavra quaresma faz referência ao número quarenta, que tem um valor muito importante na bíblia, como nos explica Dom Orani Tempesta

“Os quarenta dias do Dilúvio (Gn 7,4), os quarenta dias de Moisés no Monte Sinai, os quarenta anos de Israel no deserto (Dt 29,5); os quarenta anos do reinado de Davi (2Sm 5,4), os quarenta dias do caminho de Elias (1Rs 19,8) e, sobretudo, os quarenta dias de Jesus no deserto (Mt 4,3; Lc 4,2), preparando sua vida pública, e também o tempo de Jesus entre Ressurreição e Ascensão (At 1,3).”

Mas o tempo quaresmal, como é hoje, começou no século IV em vista da preparação dos cristãos para receber o batismo. Eles realizavam penitência, confessavam os pecados, ouviam a Palavra de Deus e os ensinamentos dos apóstolos antes da Páscoa do Senhor. 

E a quaresma é exatamente este caminho que nos prepara para a ressurreição de Cristo. Logo, a disposição do coração é fundamental. Não se pode viver um momento tão forte apenas com uma oração ou celebração, mas com propósitos firmes. Veja como:

 

#1 A oração é a porta de entrada para uma boa quaresma

 

“Agora é o tempo favorável, agora é o dia da salvação” (2Cor 6,1-2). São Paulo nos ensina a não perdermos tempo, porque a conversão do coração é para hoje. E a quaresma é o momento de nos empenharmos nesta meta: um coração novo, semelhante ao do Mestre.

E para a transformação da vida, o primeiro passo é a oração, uma vez que só Deus é capaz de mudar água em vinho, ou seja, fazer milagres na vida humana e, muitas vezes, o maior deles é a mudança de atitudes, que não se alcança com as próprias forças.

Logo, ponha-se a caminho, há tempo para isso: a quaresma começa na quarta-feira de cinzas e termina na quinta-feira santa. A liturgia tem a proposta perfeita para os quarenta dias, entre elas, a oração como um diálogo verdadeiro, claro e amoroso com Deus.

Entre as várias práticas de oração, uma indispensável é a via sacra – uma oração piedosa, reflexiva sobre a paixão de Cristo, feitas às sextas-feiras, que nos ajuda a meditarmos sobre nossa pequenez e a renovarmos o nosso amor ao crucificado. Comprometa-se!

 

#2 A prática da caridade 

 

“Mas tu, quando deres esmola, procura que a tua mão esquerda nem saiba o que faz a direita. Deste modo, a tua esmola ficará em segredo; e o teu Pai, que vê o que se passa em segredo, há-de recompensar-te” (Mt 6,1-6.16-18).

A esmola acompanha os exercícios quaresmais; ela é tão importante quanto a oração, mesmo porque não se pode amar a Deus sem amar o irmão. Deve ser feita em segredo, ou seja, nem anúncios, mas apenas por amor a Deus.

Mas ela não se limita à doação de alimentos. A caridade com o outro pode acontecer de diversas maneiras: com uma visita aos doentes, aos idosos, às crianças, aos migrantes ou a alguém que precisa de sua companhia.  

Claro que a atenção para alguém não substitui a doação de alimentos, mas é importante dizer que a esmola é para nossa conversão e não a do outro, e às vezes dar atenção a alguém é um ato de caridade que precisamos realizar. Doe-se, então!

 

#3 A renúncia a tudo que não seja essencial em nossas vidas 

 

A oração, a esmola e o jejum formam o tripé para viver bem a quaresma. E o jejum acontece oficialmente na quarta-feira de cinzas e na sexta-feira santa, como pede a Igreja, com a abstinência de carne. Porém, o jejum é mais amplo do que a privação de alimentos.

Uma vez que a quaresma nos pede mudança de vida, precisamos nos perguntar: em que preciso melhorar para amar mais a Deus e ao outro! E não há mudança sem renúncia. Logo, jejuar é abrir mão de algo que atrapalha nosso testemunho de fé e caridade fraterna.

E o mundo pós-moderno tanto nos empurra a novos estilos de vida quanto nos propõe uma variedade de possibilidades de praticar o jejum. Por exemplo, a vida conectada 24 horas, o consumismo exagerado, a preocupação com a vida alheia nas redes sociais, enfim.

Certa vez, o Papa Francisco disse que o jejum precisa provocar em nós a fome de Deus, precisa doer, como também, nos conduzir à oração e nos questionar sobre como me relaciono com o outro, tudo isso praticado com humildade. Logo, pratique a renúncia!

 

#4 A confissão no momento oportuno

 

Todo sacramento é um sinal visível da presença de Deus, e o sacramento da confissão nos reconcilia conosco, com Deus, com a Igreja e com os irmãos. Ou seja, nos devolve a comunhão, nos coloca em estado de graça, por isso é tão importante na vida cristã.

A motivação para a busca do sacramento da confissão se encontra na Eucaristia dominical. Na santa missa, durante a quaresma, encontramos em Cristo Vivo, o maior motivo de abrirmos o coração totalmente para o sacerdote e perdemos a vergonha diante do pecado. 

A Igreja pede a confissão e a comunhão no advento e para a Páscoa do Senhor. Convém lembrarmos que isto é o mínimo que se pede! Mas quem ama não dá o mínimo, mas o máximo. Logo, a confissão é a renovação do nosso amor a Deus. Prepare-se para isso!

Agora, prossiga seu caminho com os olhos fixos Nele – o consumador de nossa fé! Com certeza, você não se encontra sozinho(a), mas há uma multidão de irmãos rezando, jejuando e praticando a caridade no mundo. 

 

Confira também este conteúdo: Ano novo com planejamentos e metas!

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