“Milagres acontecem quando a gente reza, e reza sem desanimar…” assim canta Pe. Zezinho. E falar sobre milagres a partir da vida de um santo, é contar não apenas sobre uma oração insistente, mas de uma vida perseverante.
Assim aconteceu com São Vicente Pallotti que se dedicou à evangelização, iniciou os leigos na missão da Igreja, fundou uma congregação religiosa e deixou um rastro de santidade que o deu as honras de uma altar na santa Igreja.
Além disso, o seu corpo está exposto para visitação do povo de Deus! Essa história anima a fé e nos impulsiona a rezar e acreditar em milagres.
Os milagres na vida de São Vicente Pallotti
Primeiramente, vale a a pena recordar a trajetória de vida deste grande sacerdote. São Vicente Pallotti nasceu no final do século XVIII, em 21 de abril, na cidade de Roma-Itália. Seus pais gozavam de boa condição financeira, eram bem religiosos e educaram os filhos na fé católica. Para Pallotti, seus pais foram exemplos de amor a Deus, religiosidade, sobretudo de caridade.
Sua vocação como padre concretizou-se cedo. Aos 23 anos, foi ordenado na diocese de Roma, em maio de 1818. Pouco depois ele já colocou logo em prática o seu fervor missionário através do serviço comuns do sacerdócio, despertando a fé no coração do povo de Deus.
Desde que iniciou o seu ministério, sua ação pastoral foi profética e fecunda. Pallotti se preocupou em evangelizar, ao mesmo tempo, comprometer os leigos nos serviços pastorais, uma visão que se consolidou no Concílio Vaticano II, dois séculos depois.
O santo sempre foi um homem apaixonado por Deus, e por isso entrou sem medidas a sua vida pela evangelização, sobretudo dos mais pobres. Para Pallotti, Jesus Cristo – o Apóstolo do Pai – e sua Mãe – a Rainha dos Apóstolos – foram o sentido de toda a sua vida e missão.
E todo o seu amor e fidelidade a Deus justificam os milagres que levaram a Igreja a canonizá-lo 100 após sua morte, que se deu em 22 de janeiro de 1850, em Roma, junto à Igreja de San Salvatore in Onda, onde hoje se encontra seu corpo incorruptível.
Milagres justificam o corpo intacto
Como resultado de toda uma vida doada, Vicente Pallotti morreu com fama de santidade, ao lado da família religiosa que fundou.
Então, deu-se início a abertura do processo de beatificação. Para isso, a Igreja orienta que recolham relatos sobre a vida do candidato, entre outras providências como um milagre comprovado pela ciência que seja atribuído à sua intercessão.
Embora ele tenha morrido em 1850, apenas em 22 de março de 1906 aconteceu a primeira exumação do corpo do padre Vicente Pallotti. Dependendo da situação do corpo, 5 anos são suficientes para que os restos mortais estejam bem fragilizados.
Mas milagres acontecem e foi surpreendente o que se encontrou no caixão: o corpo de Pallotti intacto, coberto com suas vestes sacerdotais, apenas mumificado, apesar da água que entrou no túmulo devido à inundação que aconteceu na Igreja.
A segunda exumação
Após a primeira exumação, o corpo foi retirado e posto para secar durante 17 dias, até 10 de abril de 1906, na capela onde hoje fica o museu dedicado ao santo. Desta vez, colocaram os seus restos mortais em um sepulcro revestido de mármore para evitar a umidade, envolvido apenas em um pano de linho branco.
Já a segunda exumação aconteceu em 02 de dezembro de 1949 para a confecção das relíquias em vista da beatificação. O corpo permanecia intacto; foi revestido das vestes sacerdotais; o rosto e as mãos revestidos com uma proteção de prata e colocado na urna de bronze transparente, onde permanece até hoje.
A ciência comprova o milagre
A Igreja sabiamente espera o tempo passar e o processo acontecer até reconhecer oficialmente a santidade de alguém. Mas a vida de Vicente Pallotti já dava sinais de grandes virtudes no meio do povo de Deus, a prova são os milagres reconhecidos pela ciência.
Para se tornar beato faltavam dois milagres, que com muita facilidade se fizeram conhecidos:
- A cura instantânea de Alexandre Lutri, menino de 9 anos que caiu do corrimão da sua casa batendo a cabeça, fraturando o crânio.
- E a cura instantânea de uma mãe de família, Margarida Sandner. Ela tinha uma esclerose difusa que a mantinha numa cadeira de rodas durante dezesseis anos e teve uma cura instantânea.
Assim, o Papa Pio XII beatificou Pallotti em 22 de janeiro de 1950, cem anos após sua morte.
Depois disso, seguiu o processo para a canonização do Beato Vicente Pallotti. E para tanto eram necessários mais dois milagres, que aconteceram:
- A cura milagrosa de Ângelo Bolzarani, agricultor, residente em Roccasseca dos Volscos, na Itália. Sofrendo de uma fístula carbunculosa, que o estava levando à morte, ao beijar uma relíquia do santo, em poucos dias se curou.
- Padre Adalberto Turowski, na época Reitor Geral dos Palotinos. Em 1950, ao ser submetido a uma operação cirúrgica, sofreu uma infecção com insuficiência cardíaca. Sendo desenganado pelos médicos, fez-se uma novena pela intercessão do fundador e em poucos dias estava em casa, curado.
Logo, a cerimônia de canonização realizou-se no dia 20 de janeiro de 1963, na Basílica de São Pedro, pelo papa João XXIII.
Um santo é um amigo no Céu
Assim, a Igreja Católica reconheceu oficialmente a santidade de São Vicente Pallotti. Sua vida inspira santidade até hoje e é modelo para muitos religiosos e leigos fiéis ao seu compromisso batismal.
Por fim, vale a pena lembrar que um santo é um amigo no céu que intercede constantemente pelas necessidades do povo de Deus. Por isso, entreguemos nossas causas mais impossíveis, rezemos por milagres e confiemos na intercessão de quem vê a Deus face a face:
Deus Pai de misericórdia, que tudo fizeste para possibilitar que o ser humano fosse redimido, enviando até seu Filho para morar entre nós. Ajudai-nos, pela intercessão de São Vicente Pallotti, a responder com fidelidade e amor aos apelos de nossa fé. Por Cristo nosso Senhor, amém.
São Vicente Pallotti, rogai por nós!
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