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A fraternidade é um assunto presente em pautas mundiais. Mas o exercício da fraternidade ainda é um grande desafio para o mundo contemporâneo, mesmo depois de mais de dois mil anos em que a humanidade caminha na história.

Por isso, falar sobre fraternidade nunca será demais, há sempre algo acontecendo em favor do tema, embora existam muitos atentados contra a vida que ferem a fraternidade. No entanto, há muitas iniciativas que permanecem até hoje.

Uma delas foi a instituição do Dia Nacional da Fraternidade, celebrado dia 13 de maio, no Brasil, graças à inspiração de três sacerdotes em exercício pela Cáritas. Saiba mais sobre esse assunto neste post.

Dia nacional da fraternidade

A compreensão sobre fraternidade tem na Revolução Francesa seu grande marco histórico. Quem não se lembra do trio: Liberdade, igualdade e fraternidade! Até hoje, essa revolução ressoa, ela ainda não foi posta totalmente em prática, mas também é reconhecida como o maior movimento sócio-político da humanidade.

E no Brasil, o dia 13 de maio tem um valor fraterno: Dia da Abolição da Escravatura – a famosa Lei Áurea – que acabou com a escravidão nas terras brasileiras. E de 1888 saltamos para 1961, na mesma data, para instituir o Dia Nacional da Fraternidade.

Essa comemoração foi criada a partir da Campanha da Fraternidade, por três padres responsáveis pela Cáritas Brasileira, uma organização humanitária da Igreja Católica, para lutar pela dignidade, igualdade e fraternidade entre todos os seres humanos.

Logo, o Dia da Fraternidade provoca reflexões e ações concretas a partir do entendimento de que todos possuem direitos iguais, independente da orientação sexual, etnia, religião ou classe econômica. Ou seja, todos têm o status de irmãos e irmãs.

O Papa Francisco e o fraternidade 

Falar sobre fraternidade hoje, no âmbito da Igreja Católica, é lembrar do documento do Papa Francisco chamado “FRATELLI TUTTI”, em português seria “Todos irmãos!” Um livro que pode se comparar a um verdadeiro tratado sobre fraternidade nos dias atuais.

Logo no início, o Papa fala sobre São Francisco de Assis – o irmão universal – que se dirige aos frades para propor-lhes uma vida com sabor do Evangelho. E qual a proposta de Cristo se não o amor entre as pessoas, a vida em comunidade, a experiência fraterna!

E o Papa Francisco sabiamente nos faz um pedido: 

“[…] quero destacar o convite a um amor que ultrapassa as barreiras da geografia e do espaço; nele declara feliz quem ama o outro, o seu irmão, tanto quando está longe, como quando está junto de si […]”

E é em homenagem ao Dia Nacional da Fraternidade que buscamos nas palavras do Santo Padre a inspiração necessária e urgente para entender este tema e continuar plantando a vida de irmãos(ãs). Por isso, selecionamos três reflexões a partir da Encíclica. 

A fraternidade não é resultado apenas de situações respeitosas

O respeito é uma condição essencial para se viver em sociedade, mas ela não é suficiente para sustentar a fraternidade. O Papa nos faz uma pergunta provocativa:

“Que sucede quando não há a fraternidade conscientemente cultivada, quando não há uma vontade política de fraternidade, traduzida numa educação para a fraternidade, o diálogo, a descoberta da reciprocidade e enriquecimento mútuo como valores?”

A resposta é clara: predomina a solidão, o individualismo e apenas uma piedade pelo outro de vez em quando. Isso não é suficiente para mudar os relacionamentos e impactar a situação social.

Dizer que “todos os seres humanos são iguais” não é suficiente

Segundo o Papa Francisco, isso é conceito abstrato, carente de resultado se não houver o cultivo consciente e pedagógico da fraternidade. Ou seja, é preciso mexer com as estruturas, oferecer oportunidades para todos, com vida digna, emprego, moradia ou a sociedade será formada sempre por grupos que se protegem e dialogam apenas entre si.

É preciso combater o individualismo

O Santo Padre afirma que o individualismo radical é o vírus mais difícil de vencer. A soma dos interesses individuais não é capaz de produzir um mundo melhor! Nem nos preserva dos males, que se tornam globais – um mundo globalizado gera problemas comuns.

“Para se caminhar rumo à amizade social e à fraternidade universal, há que fazer um reconhecimento basilar e essencial: dar-se conta de quanto vale um ser humano, de quanto vale uma pessoa, sempre e em qualquer circunstância.”

Rezemos pela fraternidade, mas sejamos fraternos!

O Dia Nacional da Fraternidade nos coloca diante de vários desafios! Não nos faltam caminhos de reflexão. O Papa Francisco, por exemplo, nos propôs várias a partir da encíclica, resumida nas breves colocações que compartilhamos acima.

E para aqueles que professam a fé cristã, a busca pela fraternidade é sinônimo de luta diária contra a injustiça, o preconceito e a discriminação causada pela concentração de poder e pelo intolerância.

Rezar é sempre o ponto de partida, mas ser é o ponto de chegada. Portanto, rezemos pela fraternidade e sejamos fraternos.

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