“Abram-se a este amor e levem-no aos confins da terra, testemunhando a bondade e a misericórdia do Coração de Jesus” disse o Papa Francisco sobre o Sagrado Coração de Jesus, em 2022.
Assim, o santo Padre pediu a toda Igreja que devotamente levasse o amor do Coração de Jesus até os confins da terra; um amor que jorrou do seu lado aberto, ferido pelo soldado na cruz (Jo 19,34).
Sobre essa passagem, São Vicente Pallotti escreveu: “aqui espero que Jesus me conduza à morte mística e à perfeição, à destruição do meu coração, e me faça viver com o seu Santíssimo Coração” (OOCC vol. X, p. 779).
Dessa forma, São Vicente se colocava como consolador do Coração de Jesus e recomendava aos que sofriam que se refugiassem no amor do Sagrado Coração do Mestre. De fato, a devoção ao Coração de Jesus é antiga, mas sua história é sempre nova. Confira!
A finalidade da solenidade ao Coração de Jesus
Na sexta-feira, após o segundo domingo depois de Pentecostes, a Igreja dirige o seu olhar ao lado aberto de Cristo na Cruz, expressão do amor infinito de Deus pelos homens e manancial de onde brotam os seus sacramentos.
O Verbo Encarnado nos amou com um coração humano durante sua vida, sua agonia e sua paixão (Catecismo da Igreja Católica, n. 478). São Paulo aos Gálatas nos mostra esta oferta do Filho de Deus: “Ele me amou e se entregou por mim” (Gl 2, 20).
Assim cresceu a piedade popular do final da Idade Média com uma veneração profunda e expressiva de Cristo sofrendo na Cruz. Difundiu-se então o culto da coroa de espinhos, dos cravos, das chagas e do Coração aberto do Salvador por amor a nós.
Portanto, essas piedade deixaram sua marca na Igreja e, no século XVII, nasceu a celebração litúrgica da solenidade do Sagrado Coração. Em 20 de outubro de 1672, São João Eudes celebrou, pela primeira vez, uma Missa própria do Sagrado Coração.
E, a partir de 1673, difundiram-se pela Europa as visões de Santa Margarida Maria Alacoque sobre a expansão deste culto, através do seu confessor, o padre São Claude de la Colombière. Finalmente, Pio IX estendeu oficialmente à Igreja latina essa festa.
São Vicente Pallotti e o Coração de Jesus
Em 1647 começaram as visões de Santa Margarida Maria Alacoque sobre o Coração de Jesus e Pallotti aderiu à Pia União do Coração de Maria. Ao mesmo tempo, promoveu devoção ao Coração de Jesus, em 22 de junho de 1817, a exemplo de Santa Margarida.
Então, em Roma, havia duas Pias Uniões dedicadas ao Coração de Jesus que se caracterizavam por dois aspectos:
O primeiro era buscar em tudo a glória de Jesus Cristo, que morreu por nós na Cruz, e de seu coração ardente, que arde de amor por nós no SS. Sacramento do altar; e o segundo era para reparar as ofensas feitas ao Sagrado Coração no SS. Sacramento.
Outro ato de amor de São Vicente ao Coração de Jesus foi a consagração da segunda Casa de Caridade (inaugurada em 12 de dezembro de 1839) ao Sacratíssimo Coração de Jesus.
Além de que, na sexta-feira, 18 de junho de 1841, São Vicente celebrou a festa do Coração de Jesus, com particular solenidade. A celebração aconteceu nesta segunda Casa de Caridade com a presença do Cardeal Vigário de Roma (representante do Papa para a diocese de Roma) e do cardeal Polidori. Realmente, Pallotti cultivava grande amor e devoção ao Coração de Jesus.
Jesus manso e humilde de coração…
O culto ao Coração de Jesus é um dever da Igreja e de seus filhos(as) já que desse coração brotou o amor que nos remiu e que até hoje nos salva e nos atrai para a santidade.
Apesar de nos provar todo o seu amor através de sua paixão, morte e ressurreição, Ele não cansa de nos renovar esse amor e nos convidar a vivenciá-lo. As promessas reveladas à Santa Margarida àqueles que se aproximaram Dele nos garantem isso:
Vale a pena relembrar algumas e abrir o coração para acolhê-las:
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Eu lhes darei todas as graças necessárias ao seu estado de vida.
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Eu farei reinar a paz em suas famílias.
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Eu os consolarei em todas as suas aflições.
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Serei seu refúgio seguro durante a vida e sobretudo na morte.
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Derramarei muitíssimas bênçãos sobre todas as suas empresas.
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Os pecadores encontrarão em meu Coração a fonte e o mar infinito da misericórdia.
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As almas tíbias se tornarão fervorosas.
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As almas fervorosas elevar-se-ão rapidamente a grande perfeição.
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Abençoarei Eu mesmo as casas onde a imagem do meu Coração estiver exposta e venerada.
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Darei aos sacerdotes o dom de abrandar os corações mais endurecidos.
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As pessoas que propagarem esta devoção terão os seus nomes escritos no meu Coração e dele nunca serão apagados.
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No excesso da misericórdia do meu amor todo poderoso darei a graça da perseverança final aos que comungarem na primeira sexta feira de nove meses seguidos.
As promessas nos motivam ainda mais a amar a Deus e a servi-lo gratuitamente, assim como São Vicente Pallotti.
Portanto, que nossa oração ao Coração de Jesus se una à oração dos santos em benefício a toda humanidade.
Contemple esta imagem: Explicação do quadro da Rainha dos Apóstolos – Irmãs Palotinas