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A maternidade faz parte da missão de toda mulher e é vivida de forma especial na vocação à vida religiosa.

 

Toda mulher é chamada a ser mãe – embora afirmar isso possa parecer um pouco estranho para os tempos de hoje. Mas, sendo assim, e as freiras? Você poderia pensar: “por não se casarem, elas não têm filhos. Então, não estão cumprindo sua missão?”. Porém, não é bem assim. Essas mulheres vivem a vocação de outra forma, com a maternidade espiritual.

O chamado à vida religiosa é uma graça de Deus, concedida de forma especial a algumas pessoas. Portanto, a maternidade, que está enraizada na natureza da mulher, não poderia ser negligenciada nesta vocação. 

Para entendermos melhor como isso ocorre, basta olharmos para Nossa Senhora. Ela é a perfeita inspiração, pois foi virgem, mãe e esposa. Com sua entrega total a Deus, Maria foi agraciada com o dom e a responsabilidade de ser Mãe do Senhor. 

Jesus, por sua vez, nos tornou filhos de Deus e Seus irmãos. Então, a Rainha dos Apóstolos, que consagrou-se por inteiro a Deus, passa a ser mãe de toda a humanidade. Assim, nos mostra também que a verdadeira vocação só é encontrada em uma vida unida ao Espírito Santo. 

Contudo, se todas são chamadas a serem mães, por que viver o celibato? É isso que vamos entender um pouco mais agora.

Celibato e maternidade espiritual

 

O celibato é a decisão pela virgindade definitiva, não por obrigação ou porque era a única opção disponível, mas por amor ao Reino dos Céus. Essa realidade, que não era tão comum até a vinda do Messias, ganha sentido com a encarnação dEle. 

Com a vivência da castidade perpétua, a mulher abre mão da possibilidade do matrimônio e escolhe dedicar-se exclusivamente a Deus. Aqui, ela torna-se esposa de Cristo e antecipa o que toda a Igreja vai viver na eternidade.

Na Carta Apostólica Mulieris Dignitatem, o Papa São João Paulo II destaca que não é possível compreender a consagração da virgindade sem olhar para o amor entre esposos. Ele também ressalta que o celibato não é um simples “não”, mas um profundo “sim”.

“Na virgindade livremente escolhida, a mulher confirma-se como pessoa, isto é, como criatura que o Criador desde o início quis por si mesma, e contemporaneamente realiza o valor pessoal da própria feminilidade, tornando-se « um dom sincero » para Deus que se revelou em Cristo, um dom para Cristo Redentor do homem e Esposo das almas: um dom «esponsal»”.

 

Dessa união, brota o chamado à maternidade espiritual. Desse modo, a consagrada irá cuidar do Esposo, bem como de Seus filhos, ou seja, da humanidade como um todo. E isso só é possível devido a doação total a Deus. 

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Assim, o amor esponsal transborda, já que a mulher não precisa restringir o cuidado a apenas uma família física, mas o estende a toda a família espiritual.

No mesmo documento, o Santo Padre nos diz:

uma mulher consagrada reencontra desse modo o Esposo, diverso e único em todos e em cada um, de acordo com as suas próprias palavras: «tudo o que fizestes a um destes … a mim o fizestes» (Mt 25, 40)”.

 

Como é vivida a maternidade espiritual

 

Apesar disso, não basta apenas ser uma consagrada, é preciso exercer a maternidade espiritual. As possibilidades vão depender do carisma e dos serviços de cada grupo, mas existem algumas formas que são mais frequentes.

O chamado a ser mãe espiritual abraça todas as vocacionadas à vida consagrada. Então, há missões para cada uma, seja para as de vida apostólica, contemplativa, de clausura, dos institutos seculares ou das novas comunidades. 

A mais comum é a intercessão. Assim, muitas consagradas rezam pelos sacerdotes, pelo Papa e suas intenções e por todas as pessoas que lhes pedem orações. Outras costumam receber pessoas nas comunidades, para dar conselhos

Há ainda aquelas que se dedicam à assistência material, com iniciativas junto aos mais necessitados, como crianças, órfãos, portadores de deficiência e encarcerados. Esse tipo de cuidado também é importante, pois garante dignidade aos filhos de Deus.

 

O ardente zelo pela salvação das almas

 

Para as Irmãs Palotinas, por exemplo, um dos principais pontos do apostolado é a educação. As que fazem parte da congregação assumem a maternidade espiritual no cuidado aos jovens e crianças, aos doentes, aos migrantes e nas pastorais paroquiais.

Todas essas atitudes são movidas pelo ardente zelo pela salvação das almas. Embora não gerem vidas fisicamente, essas mulheres cuidam para que, a cada dia, mais almas voltem para o Pai. 

Então, tendo tudo isso em vista, podemos responder à pergunta do título: sim, freira é mãe! Essa maternidade não é como o mundo conhece, mas faz parte dos planos divinos. Quando bem vivido, esse dom pode deixar bons frutos nas almas dos filhos de Deus. 

E que bela vocação é essa! Afinal, um dia nossos corpos morrerão e tudo que vemos não existirá mais. As almas, porém, são eternas e, com o auxílio de tantas mães espirituais, podem um dia partilhar da glória eterna com Cristo.

 

Nossa Senhora Rainha dos Apóstolos, Virgem e Mãe, rogai por nós! 

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