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A vocação religiosa feminina consiste nas mulheres consagradas vivendo o dom da entrega total a Deus, seguindo o exemplo dos Evangelhos.

Deus ama a todos e, por isso, tem um chamado especial para cada um de nós. Essa missão única, que leva em conta sua personalidade, seu jeito e, principalmente, sua salvação, é um grande presente do Pai. Para muitas mulheres ao longo dos séculos, a vocação religiosa feminina tem sido esse lugar de encontro com a verdadeira felicidade. Mas, você sabe o que isso significa?

Assim como todos os consagrados religiosos, por meio dessa vocação a mulher se entrega inteiramente a Jesus. Para isso, faz os votos de: pobreza, com desapego das coisas materiais; castidade, com a oferta do seu corpo a Cristo; e obediência, na submissão à Vontade de Deus expressa por suas autoridades.   

O objetivo da profissão desses votos conhecidos como “conselhos evangélicos” é assemelhar a pessoa consagrada da configuração a Jesus Cristo. Na vida consagrada, contar com essas virtudes torna-se essencial para atingir a perfeição da caridade

Além disso, na vida religiosa a mulher torna-se esposa de Cristo, antecipando a realidade que aguarda, no Céu, toda a Igreja. Assim, também é chamada a viver uma vocação fecunda, exercendo a maternidade espiritual com o cuidado dos irmãos e, desse modo, servindo ao Senhor. 

Na Exortação Apostólica Vita Consecrata, de 1996, o Papa São João Paulo II nos lembra da importância da vocação religiosa feminina. 

“As mulheres consagradas estão chamadas de modo absolutamente especial a serem, através da sua dedicação vivida em plenitude e com alegria, um sinal da ternura de Deus para com o gênero humano e um testemunho particular do mistério da Igreja que é virgem, esposa e mãe”.

 

A vocação religiosa feminina na história

A vocação religiosa feminina é um dom, que encontra sentido na vinda de Cristo. Até então, as mulheres da época geralmente não eram tratadas com a devida dignidade. Porém, com Jesus, ganham a possibilidade de servir diretamente ao Senhor. 

Sendo assim, com o tempo e a expansão do catolicismo, porém, elas deixaram de ser apenas mães e esposas devotas e assumiram espaços concretos na Igreja. A partir disso, o chamado assumiu diversos formatos, que se encaixam com as mais variadas realidades. 

Um dos exemplos é a vida monástica, seja no meio comunitário ou eremítico, em que vivem recolhidas, em um determinado lugar, com uma intensa vida de oração e louvor. Também conciliam a vida interior e o trabalho. 

Há ainda o chamado à vida religiosa apostólica, em que as pessoas se consagram por meio dos votos e conforme um carisma específico. Diferentes ordens e congregações que se dedicam à atividade missionária e às obras de caridade fazem parte desse grupo. 

Para aquelas que se sentem chamadas à solidão e ao silêncio, existem os institutos voltados à contemplação. Nesses locais, a escuta da palavra de Deus, o culto divino, a mortificação e a fraternidade são traços marcantes. 

A Igreja conta ainda com a ordem das virgens consagradas, que vivem como fermento no mundo; das viúvas; os institutos seculares; movimentos eclesiais; e as novas comunidades. Embora tenham diferentes propostas, todos esses chamados apontam para a entrega total a Deus

 

Deus te chama a amá-Lo e servi-Lo

São João Paulo II nos lembra, na exortação Vita Consecrata, que o chamado à vocação religiosa feminina é um dom de Deus.

“A quem foi concedido o dom de seguir mais de perto o Senhor Jesus, é óbvio que Ele possa e deva ser amado com coração indiviso, que se Lhe possa dedicar a vida toda e não apenas alguns gestos, alguns momentos ou algumas atividades”.

 

A vocação é mais uma prova da Misericórdia Divina, que, apesar das nossas faltas, nos oferece um caminho seguro para alcançar a santidade. Logo, precisamos estar dispostas a ouvi-Lo e a servir, como forma de corresponder a esse amor que se derrama sobre nós diariamente. 

Foi isso que fez Santa Maria Madalena. Embora, antes, vivesse imersa no pecado, depois do encontro com Jesus decidiu não mais voltar a levar a vida daquela forma. Em Cristo, teve sua dignidade restaurada e conheceu o verdadeiro amor. Passou a acompanhá-lo pelas peregrinações na região e O ajudava como podia. 

No momento mais difícil, quando os apóstolos haviam se dispersado, acompanhou o Senhor no Calvário. Por outro lado, posteriormente, foi enviada como testemunha da Ressurreição e se tornou uma verdadeira evangelizadora. Hoje, é reconhecida como exemplo de mulher que, após arrepender-se, decidiu viver para Jesus.

Se olharmos para os tempos mais recentes, encontraremos os mais diversos exemplos de mulheres santas e consagradas. Santa Clara, conhecida pelo desprendimento; Santa Rita de Cássia, pela humildade e perseverança; e Santa Teresa de Calcutá, pelo cuidado com os pobres. 

Ou, ainda, Santa Catarina de Sena e Santa Teresa D’Ávilla, por serem doutoras da Igreja; Santa Teresinha do Menino Jesus, pela “pequena via”; e Irmã Dulce, pelo cuidado aos doentes. Todas encontraram, na doação sem reservas a Deus, a verdadeira alegria e o sentido de suas vidas.

 

Maria, rainha dos apóstolos: exemplo de entrega

Nosso maior exemplo, porém, é Maria, Rainha dos Apóstolos. Aquela que soube amar perfeitamente, confiou na Vontade Divina e, assim, viveu a vocação feminina por inteiro: foi mãe, esposa e virgem. Mesmo sem saber o que estava por vir, não teve medo e abraçou sua vocação, com um “fiat, faça-se” seguro e livre.

A vocação religiosa feminina não é o único caminho rumo ao Céu, mas, com certeza, é um muito especial, reservado por Deus para suas filhas queridas. Mas, e você, já sabe qual o seu lugar na Igreja? Já conhece sua vocação?

Se ainda não tem uma resposta definida para essas perguntas, peça a intercessão de Nossa Senhora, para que a ajude a ouvir e aceitar a Vontade de Deus. Além disso, busque a direção espiritual e um bom acompanhamento vocacional, que serão fundamentais para o processo de discernimento.

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