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“A castidade por amor do reino dos céus (Mt 19,12), que os religiosos professam, deve ser tida como exímio dom da graça. Liberta de modo singular o coração do homem (cf. 1 Cor 7,32-35), para que mais se acenda na caridade para com Deus e para com todos os homens”.

O Papa Paulo VI se expressou da forma como lemos acima sobre a castidade na vida religiosa. Realmente, quando olhamos uma freira ou um padre naturalmente associamos suas vidas à castidade, ou seja, eles não se casam.

Mas será que viver a pureza perfeita é apenas não se casar? Então, os casais e os noivos não vivem a castidade? E por que essa virtude é tão importante para a vida religiosa? Longe de esgotar esse assunto, mas apenas para esclarecer um pouco esse tema, preparamos este post. 

 

O que significa castidade

 

A palavra castidade vem do latim ‘castus’ e significa ‘puro’. E para a vida cristã, o modelo de pureza é Cristo, porque sua vida testemunhou a pureza/castidade desde o início através de sua entrega total para a humanidade.

Também, segundo o Catecismo da Igreja Católica, o significado de castidade é viver a sexualidade de forma íntegra e autêntica (§2337). Então, o Catecismo agrega a esse conceito a vivência da sexualidade com integridade e autenticidade.

Mas o que seria isso? Vamos por partes! Pureza é qualidade de puro, sem impureza, sem malícia. Logo, a castidade é a qualidade de viver sem impureza, sem malícia, ou seja, a partir do amor. Um coração puro é um coração sem malícia, um coração casto. 

E quanto a sexualidade? A Igreja nos diz que:

A sexualidade “não é qualquer coisa de puramente biológico, mas refere-se antes ao núcleo íntimo da pessoa.”

Assim, envolve características que nos definem como homem ou mulher e nos acompanham desde o nosso nascimento. E Deus nos fez: homem e mulher, com traços físicos e emocionais distintos.

Agora, vamos juntar as peças dessa grande obra que é o ser humano: pureza e sexualidade compõem a castidade, logo a castidade é a acolhida do que se é ofertada com pureza para o outro. E não existe castidade sem amor ou ela perde sua essência de pureza.

 

Formas de castidade

 

Sendo assim, todo batizado é chamado à castidade, porque somos revestidos de Cristo, o modelo do homem sem mancha alguma. De fato, Cristo nos olhou, não nos julgou, muito menos nos condenou, mas nos amou com a perfeita pureza!

Da mesma forma, somos chamados à prática do amor uns aos outros como Cristo fez por nós. Isso significa que a castidade, assim como o amor, envolve respeito, zelo, não é egoísta, nem possessivo, espera o tempo certo e principalmente se doa ao outro. 

Porém não somos iguais, nem vivemos a mesma vocação, logo há formas diferentes de viver a castidade. São elas: a castidade dos solteiros, dos casais e dos consagrados. Os casais vivem a castidade na doação mútua, com fidelidade e respeito.

Já os solteiros abraçam a castidade observando a continência, vivendo a amizade, a doação de si e a espera de descobrir sua vocação específica, seja para o matrimônio ou para a vida consagrada.

a vida religiosa vive a castidade como uma profissão de vida, através da doação total de si, não a uma única pessoa ou aos filhos biológicos, mas a Cristo, em vista de expandir o Reino de Deus em sua mais pura essência que é o amor. 

Porém, seja no matrimônio, como solteiro ou como consagrado a Deus, a castidade é uma graça, um dom, que expressa, acima de tudo, nosso amor a Deus – que nos respeita integralmente –  e ao outro por quem Cristo deu sua vida.

 

Castidade na vocação religiosa

 

O evangelho é o coração da bíblia, porque ele conta a vida de Cristo – o consagrado por excelência. Ele inaugurou um novo jeito de viver, contrário aos costumes judaicos.

A partir de sua intimidade com o Pai, sua entrega total, seu sacrifício e a instituição da Igreja, Ele instalou um novo modelo de vida: a consagração total a Deus por amor em vista da salvação da humanidade. Ou seja, Cristo não se limitou ao casamento, mas se fez esposo de todo gênero humano. 

Com Ele nasceu a vida consagrada, inclusive antes do próprio sacerdócio ministerial. E a castidade é um sim total à vida de Cristo e a vida de cada pessoa humana. Se a castidade no matrimônio é a entrega de um ao outro; na vida religiosa é a entrega a Cristo sem medidas.

Quando a religiosa abraça a castidade, ela toma sobre si a mesma postura de Cristo, sua entrega e doação. Logo, renuncia ao matrimônio ou a qualquer outro relacionamento que implique posse, porque ela se torna livre para ir ou estar onde Deus a enviar.

Mas a religiosa não deixa de ser pessoa, nem se isola ou se torna intocável. Ao contrário, é alguém de muitas amizades, feliz, sorridente, disponível, vive sua sexualidade ciente de sua grandeza e limitação, colocando-se totalmente a serviço da Igreja.

 

Mas por que a pureza é uma exigência?

 

A castidade na vida religiosa é o rosto amoroso de Cristo para todo gênero humano. Apesar do Senhor ter dado o exemplo de castidade, ainda há muitas pessoas que não aceitam o fato de a religiosa não poder casar, infelizmente elas limitam a castidade ao matrimônio.

Mas a vida religiosa é mais que casar com alguém, é total doação de si, e isso precisa ficar bem claro para as pessoas. A vida consagrada religiosa faz publicamente um compromisso de castidade e declara para si e para a sociedade: minha prioridade é Cristo.

E essa escolha tem um nome bem simples: vocação. A vida consagrada é vocação pessoal e intransferível. Deus chama alguns para carregarem o fardo com Ele, deixarem tudo e continuarem a edificação do Reino de Deus de uma forma específica. 

Assim, a religiosa se une a Deus, oferece o dom de ser mulher com toda sua potencialidade e testemunha que Jesus de Nazaré continua vivo e bem firme. E então a castidade é uma arma do Espírito Santo para dizer ao mundo que é possível viver o amor em plenitude.

 

Aprofunde nesta temática e baixe agora o Infográfico – Quais os compromissos que uma religiosa assume?

 

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