“A MISSÃO DE CRISTO REDENTOR, confiada à Igreja, está ainda bem longe do seu pleno cumprimento.” Assim o Papa João Paulo II começa a encíclica Redemptoris Missio. Porém a religiosa palotina e sua missão no mundo deseja responder ao apelo da Igreja hoje.
E para isso, as religiosas Palotinas abraçam a vida consagrada, vivem em comunidade e tornam-se um reflexo de Cristo, Apóstolo do Pai, e de sua Mãe, a Rainha dos Apóstolos para a humanidade.
Mas para exercer essa missão é preciso trilhar um caminho de descoberta vocacional e de identificação com o carisma Palotino que segundo São Vicente Pallotti nos compromete a fazer com que Jesus seja conhecido e amado por todos.
Vamos conhecer um pouco a vida das Palotinas e a missão que elas exercem no mundo, essa grande vinha da Igreja nos tempos atuais. Confira neste post.
Vida consagrada como uma resposta à missão da Igreja
O consagrado é a pessoa que testemunha Cristo ao mundo e antecipa com sua vida o que viveremos no céu. Para a Igreja, a vida consagrada é muito importante. Ela vive a vida do Filho de Deus através da profissão dos conselhos evangélicos, ou seja, abraça a pobreza, a obediência e a castidade.
Dessa forma, ao longo de séculos, ela tem levado a mensagem evangélica para todos os cantos do mundo através da vivência do carisma e da missão própria de cada Instituto. E assim ela segue trilhando o caminho de Cristo, vencendo o obstáculo do secularismo, do relativismo e da indiferença religiosa por causa de um Amor que jamais se cansa de amar.
Sendo assim, no percurso da história da vida consagrada, nasceu a vocação Palotina em 1838, através da inspiração de São Vicente Pallotti, em resposta ao apelo da época que se tornou missão para a congregação: a assistência a crianças órfãs e abandonadas.
Portanto, a Congregação Palotina faz parte da grande multidão de homens e mulheres que deram e dão suas vidas em favor do anúncio do Reino de Deus, alcançando todas as fases da vida humana, desde crianças até idosos, abandonados ou migrantes, na Itália – sede da fundação – ou no Brasil.
O carisma Palotino é caminho de missão
“O Reino de Deus não é um conceito, uma doutrina, um programa sujeito à livre elaboração, mas é, acima de tudo, uma Pessoa que tem o nome e o rosto de Jesus de Nazaré, imagem de Deus.”
Assim trata a Encíclica Redemptoris Missio sobre a missão da Igreja no mundo.
E Segundo Vicente Pallotti, “nossa missão é reavivar a fé e reacender a caridade.” Ora, existe uma profunda ligação entre o que a Igreja disse através do Papa e o que afirmou Pallotti há mais de um século.
Logo, a missão da Igreja e das Palotinas no mundo é levar a pessoa humana a esse encontro com Jesus Cristo, visto que Ele é o principal conteúdo do programa de evangelização.
Claro que existem diversas formas, ou melhor, meios de promover esse encontro pessoal que, conforme São Pallotti, tem o rosto da caridade – o reavivar da fé e da caridade no coração do ser humano, porém será sempre Cristo, Ele é o motivo que sustenta a fé dos batizados e a consagração do eleitos.
Apostolado e missão para as Palotinas
No entanto, Cristo é infinito, seu conteúdo nunca se esgota, e o Espírito Santo está sempre despertando novas formas de conhecer Cristo e sabe-se amado por Ele. Então, as Congregações e Institutos têm um grande papel de mostrar uma característica do amor de Deus pela humanidade.
Portanto, a missão Palotina no mundo tem características próprias e grande contribuição para as pessoas de todos os tempos. É fundamental citar o quanto Pallotti foi um incentivador da missão e do serviço dos leigos na Igreja antes do Concílio Vaticano II.
Uma vez que ele acreditava que todos os cristãos são convocados a serem apóstolos! Há, pois, uma estreita ligação entre o apostolado e a missão para Pallotti, e as Palotinas vivem isso. O papel do leigo na Igreja não é uma obrigação, nem dever, mas direito.
Mas em que isso influencia na missão das Palotinas hoje? Essa compreensão tanto esclarece, como tem força de envio na vida de uma Palotina, porque elas incentivam o povo de Deus a abraçar a missão de batizados, como estão disponíveis a irem onde esses batizados estão, de acordo com o chamado da Igreja.
Cristo Apóstolo do Pai – modelo por excelência
Mas para ser transporte de Cristo conforme o sonho do fundador, é preciso compreender onde estão as fontes da Congregação Palotina. E São Vicente diz:
“A Regra Fundamental de nossa mínima Congregação é a vida de Nosso Senhor Jesus Cristo para imitá-lo com humildade e confiança. Por isso, todo que entrar para esta Congregação somente o fará impelido pelo perfeito amor de Deus e do próximo.”
Portanto, existe uma motivação profunda na vida de uma Palotina que a acompanha sempre: amor a Deus e ao próximo. Porém o amor a Deus é a razão primeira que alimenta toda a missão. Contudo, quem é esse Deus para São Vicente Pallotti?
Ora, a resposta se encontra na espiritualidade que o santo descreveu como sendo a contemplação de ‘Cristo, Apóstolo do Pai’ .
“O Apostolado de Jesus Cristo é a sua obediência ao preceito do Pai Celeste, isto é, a própria obra da redenção” (São Vicente Pallotti)
Dessa forma, Cristo é o modelo por excelência da missão! Ele é o rosto da misericórdia que cada pessoa precisa conhecer; Ele é o modelo de todo gênero humano. Logo, as palotinas têm no Filho de Deus o caminho de redenção para toda pessoa: esse é o Deus em quem Pallotti acredita.
Depois de Cristo, Maria Santíssima
Porém, como ver o Filho sem ver sua Mãe? Para as Palotinas não há missão que não conte com a proteção da Virgem Maria, porque toda Congregação está sob os seus cuidados maternos.
Mas não basta dizer que Nossa Senhora é mãe do Salvador! Porque se para o carisma palotino Jesus é o Apóstolo do Pai, logo sua mãe é a Rainha do Apóstolos! Ela recebe esse título e é comemorada, com todas as honras, no sábado anterior à festa de pentecostes pela congregação.
Por tantos motivos, afirma Pallotti: “A Santíssima Virgem, sem ter pregado o Evangelho, gozou, não obstante, do título e da recompensa de Rainha dos Apóstolos, porque Ela, com a eficácia de suas orações sustentou a coragem dos pregadores e fez prosperar suas fadigas”
Portanto, a Rainha dos Apóstolos exerce uma influência marcante na vida e na missão Palotina. Ela é exemplo de amor ao plano do Pai, deu pleno cumprimento a esse plano e pratica seu apostolado ao lado do Filho e dos apóstolos até hoje.
Faremos tudo o que Ele nos disser
“A missão nos ensina que devemos ser, em primeiro lugar, presença junto a um determinado povo e nos provoca a sermos ousados ao lançar sementes de esperança em corações sedentos de Deus.”
Essas palavras das irmãs Sirlene e Tereza, em missão na Amazônia, dizem que não há fronteira para o anúncio de uma Palotina.
Se o mundo tem sede de Deus, o evangelho tem a água viva para matar essa sede. Dessa forma, as Palotinas são portadoras do anúncio da Fonte que jorra para vida eterna. Cada uma é como um ‘olho d’água, dependente de sua fonte maior, que leva esperança e alegria a todos que se aproximam.
Logo, têm como primeira missão a vida comunitária Palotina, o lugar de irmãs que aprendem juntas a viver o carisma e colocar em prática a caridade evangélica; depois vão aonde precisarem, não há fronteiras, nem muros, mas pontes de passagem para o anúncio da boa nova.
Portanto, elas dedicam-se tanto à educação como às pastorais; com atividade de formação para a liderança ou despertando os leigos para o serviço comum a eles; estão com as crianças, jovens, famílias, casais, enfermos e migrantes; estão disponíveis a qualquer obra apostólica onde são chamadas conforme a necessidade de cada lugar.
Da Itália para o mundo
“Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura” (Mc.16,15)
Este mandato de Jesus encontrou o coração de um Santo e sua mobilidade em uma Congregação. A fundação da Congregação das Irmãs do Apostolado Católico – Palotinas – aconteceu na Itália e a primeira casa permanece até hoje.
Porém, estendeu-se por outros países e chegou ao Brasil, onde atua em seis estados, com mais de uma comunidade em alguns deles. A beleza do encontro com Cristo transformou-se em doação de vida e logo em missão.
Dessa forma, a vida e a missão tornam-se unidas como em um casamento e geram frutos de vida nova para muitas pessoas. Da mesma maneira, a beleza dessa vocação atrai mais pessoas para responder esse chamado.
E se há chamado de Deus, há uma porta aberta para essa descoberta, basta confiar e trilhar o caminho. Com certeza, não faltarão ajudas para começar e nem motivos para prosseguir. Basta começar!
Que tal aprofundar mais esse assunto? Acesse: Será que Deus me chama para uma vida consagrada?