Em primeiro lugar, São Luís Montfort testemunhou um grande amor à Virgem Maria e para que muitos aprendessem esse caminho, deixou muitos escritos sobre a devoção à Santa Mãe de Deus.

Suas obras são conhecidas no mundo inteiro e frequentemente a fórmula que ele criou de consagração à Nossa Senhora é praticada por muitos devotos. 

Até mesmo o O Papa Pio XII, um homem de forte devoção mariana, ficou impressionado com o trabalho de São Luís, e quando o canonizou, em 27 de julho de 1947, disse: “

Só Deus era tudo para ele. Devemos permanecer fiéis à herança preciosa que nos deixou este grande santo (…)”.

Ser fiel a Deus é ser fiel às mediações que Ele nos deixou, e a primeira delas é a Virgem Maria – fiel, firme e forte modelo para a vida cristã. Vamos conhecer o legado que Monfort nos deixou e renovar nosso amor como filhos de Maria!

 

Quem foi Montfort

 

São Luís Maria Grignion de Montfort nasceu em 1673, na França. De uma família muito religiosa, entre os 17 filhos, havia um religioso dominicano, duas religiosas e São Luís como sacerdote, inclusive o seu amor à Virgem Maria vem desde sua infância. 

Quando se crismou, acrescentou ao seu nome de batismo o nome ‘Maria’ e a devoção a Santa Mãe de Deus o acompanhou durante toda a sua vida. Sua vocação ao sacerdócio despertou cedo e, em 1700, ele foi ordenado após enfrentar muitas dificuldades financeiras.

Como sacerdote, Monfort foi um missionário dedicado. Anunciou o Evangelho aos pobres, participou de inúmeras missões, levou o conhecimento de Cristo e sobretudo,  a intercessão de Maria aos povos através da pregação e da oração. Sua vida de oração também fecundou muitas vocações.

Por isso fundou a Companhia de Maria – Congregação de sacerdotes missionários; as Filhas da Sabedoria – freiras dedicadas à assistência aos doentes nos hospitais e à instrução de meninas pobres; e do mesmo modo, fundou os Irmãos de São Gabriel – congregação de irmãos leigos que tem a missão de ensinar as crianças. 

 

A devoção de Montfort à Virgem Maria

 

Montfort​, a exemplo de seu Patrono, São Luís, assumiu como lema de sua vida: “Deus só”. E a Virgem Maria, de quem desde a infância experimentou provas de cuidado e amor, chamava constantemente de “Boa Mãe”, se fez escravo para em tudo agradar a Deus como ela.

Da mesma forma, a espiritualidade de Montfort tinha Cristo como centro, tanto que ele passava horas diante do Santíssimo para falar para as pessoas sobre os mistérios divinos. Sendo assim, o próprio Deus o inspirou a fazer de Maria esse grande modelo de amor a Cristo Jesus.

Ao longo de sua vida, tornou-se um grande escritor, principalmente sobre Nossa Senhora.  As suas publicações começaram em 1842 e tornaram-se os fundamentos da piedade mariana. Por isso, atualmente, é considerado como um dos primeiros defensores da Mariologia.

Mas as inspirações acompanharam uma vida de oração e muita penitência. Sempre se sacrificou pela salvação das almas e foi perseguido pelo demônio em muitas situações, como também defendeu a Igreja dos jansenistas, que tentavam contra a fé do povo.

 

O Tratado da Verdadeira devoção à Santíssima Virgem 

 

São Luís Montfort escreveu vários livros sobre espiritualidade e sobre a Virgem Maria. Ele relatou o que viveu no interior do coração e nas missões, tanto que sempre carregava consigo o crucifixo, a Bíblia e o santo rosário. Mas há um que se destaca mais: O Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem. 

Neste livro ele fala sobre o método de oração e consagração a Jesus por meio de Maria! Porque dizia o santo:

“A Santíssima Virgem é o meio pelo qual Nosso Senhor se serviu para vir a nós; e é o meio que devemos nos servir para ir a Ele”.

Então, o fim é Cristo, mas quem nos mostra o caminho seguro é a sua Mãe.

Apesar da importância que essa obra tem hoje, ela foi descoberta e publicada apenas 100 anos após a sua morte. Escrita à mão, em 1792, hoje ela é uma referência para todo cristão que deseja viver seu batismo e testemunhar a santidade.

 

“Todo seu” – Todo seu!

 

Esse foi o lema do Papa João Paulo II, que quando seminarista leu e releu muitas vezes e com grande lucro espiritual os escritos de Montfort. Foi assim que João Paulo II percebeu que não poderia excluir a Mãe do Senhor da sua vida!

Por isso, de acordo com a sua Carta Apostólica Rosarium Virginis Mariae, o lema pessoal pontifício “Totus tuus” foi inspirado na “doutrina sobre a excelência da devoção mariana e total consagração” de São Luís de Montfort.

Assim como João Paulo II, muitos papas, santos e leigos encontraram nos escritos de Montfort uma inspiração divina para viver a vontade de Deus.

São Luís Maria Grignion de Montfort doou-se inteiramente a Deus e a caridade. Tanto que desgastado pelo trabalho árduo e suas doenças, Montfort faleceu em 28 de Abril de 1716 , antes de uma missão em Saint-Laurent-sur-Sèvre, que seria sua última pelo seu estado grave de saúde. Ele tinha apenas 43 anos, e era sacerdote há 16 anos.

Luís Maria Grignion foi beatificado, em 1888, pelo Papa Leão XIII e canonizado, em 1947, por Pio XII. Desde então,  celebramos a sua memória litúrgica de sempre no dia 28 de abril. 

A imagem de Montfort é apresentada com o crucifixo na mão esquerda; já o seu o pé direito está pisando na cabeça de Satanás, que tentou destruir o devocionário “Tratado da Verdadeira Devoção”, mas o semblante do santo é sereno e assim ele vence as tentações.

Por fim, esse é o desejo de Deus também para cada um de nós: que vivamos como filhos, amparados pela Virgem Maria! Que São Luís Montfort interceda por nós. 

 

Confira a riqueza deste conteúdo: Como viver a confiança na misericórdia de Deus