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Quem pode medir o poder de Deus? Ninguém, porque Ele sempre nos surpreende. Assim acontece com a história de Elisabetta Sanna, uma leiga da União do Apostolado Católico, fundado por São Vicente Pallotti.

Elisabetta nasceu em 23 de abril de 1788, na Ilha de Sardenha, Espanha. Seus pais eram agricultores, cristãos de uma profunda fé. Assim tiveram sete filhos, sendo três mulheres, porém apenas Elisabetta sobreviveu, e entre os homens, um tornou-se sacerdote. 

Mas Elisabetta contraiu varíola e ficou deficiente! O que fazer com um sonho vocacional? Conheça a impressionante trajetória da beata que cooperou com São Vicente Pallotti para reavivar a fé e reacender a caridade. 

 

Elisabetta Sanna, uma sobrevivente da varíola!

 

A região da Sardenha sofreu com a epidemia de varíola, que contaminou Elisabetta quando ela tinha três meses de idade. Apesar da falta da vacina, uma cirurgia nos braços livrou-a da morte, mas a deixou com os braços travados na altura do peito. 

Embora Elisabetta Sanna movesse apenas os pulsos e os dedos, nada disso a impediu de viver a infância e adolescência, com certeza isso se deve ao amor e à fé de sua família que alcançaram também a vida da Beata.

Outra graça em sua vida era a oração e a dedicação à Igreja. Com quinze anos, já era catequista e reunia suas colegas para a oração do terço ou da via-sacra. Apesar das limitações físicas, nunca se lamentava, confiava tudo à misericórdia de Deus.

Desde jovem, desejava a vida religiosa, porém, como de costume, sua família decidiu sua vocação, também preocupados com o futuro da filha diante de suas limitações. E assim, a jovem casou-se com um bom homem com quem teve sete filhos, mas apenas cinco sobreviveram.

 

Um novo chamado na vida de Elisabetta Sanna!

 

O casamento de Elisabetta durou 18 anos. Seu esposo era dedicado e dizia que não havia mulher como ela para esposa e mãe. Porém, ele morreu de um mal súbito, deixando a esposa com os cinco filhos, com idade entre 17 e 3 anos.

Então, reacendem-se os desejos de vida religiosa na alma dela. Diante de seu confessor, Elisabetta proclamou o voto de castidade perpétua em 1829. E os filhos? Seu irmão sacerdote assumiu a educação e os cuidados com eles.

Dessa forma, sua vida tomou um novo rumo até chegar a Roma, na companhia do Pe. José Valle, com o desejo de conhecer a Terra Santa. Mas a Providência lhe reservava outros planos porque sua saúde não permitiu que ela saísse da capital da Itália.

E assim, com a ajuda do sacerdote, a beata instalou-se definitivamente em Roma, onde passou a servir a Deus nos cuidados com as Igrejas, nas orações e na evangelização. Sua simpatia agradava a todos e não foi difícil conquistar novas amizades.

 

Um encontro que entrou na história da vocação Palotina!

 

Roma era a terra de missão de São Vicente Pallotti. Sua fama de evangelizador chegou aos ouvidos de Elisabetta Sanna e ela conseguiu sua primeira confissão com ele em 1832. Começou, então, um caminho de orientação espiritual, que os fez parceiros na evangelização

Entre as virtudes da beata, estava sua compaixão com os pobres, sua visita aos doentes e sua preocupação com a catequese. Ela, além das limitações físicas, era analfabeta e seu idioma de origem era pouco conhecido, mas nada a impedia praticar a caridade. 

E Pallotti abriu orfanatos femininos, além de escolas noturnas para artesãos, e Elisabetta dedicou-se a este apostolado com toda sua vida, a fim de reavivar a fé e a caridade em todo o mundo, assim como o santo fundador da União do Apostolado Católico desejava.

Nos primeiros passos da fundação da UPC, ela foi testemunha e acompanhou o seu desenvolvimento por 22 anos, até a morte. O próprio Pallotti reconheceu seu amor e dedicação ao movimento. Elisabetta encontrou seu lugar como Deus quis desde sempre.

 

Um testemunho de bem-aventuranças

 

O Pe. Rafael Melia declarou:

“Não existia nela nenhum apego à sua vontade, nenhum interesse próprio. Nunca agia por conta própria ou por sua vontade, mas somente para cumprir a vontade de Deus, que lhe vinha manifestada na obediência”. 

Assim, Elisabetta Sanna fez sua páscoa em 17 de fevereiro de 1857, sete anos após a morte de São Vicente Pallotti. Partiu na pobreza e com fama de santidade, às vésperas de completar 70 anos, deixando um testemunho de amor e serviço aos pobres e à Igreja.

E em 17 de setembro de 2016, ela foi declarada beata. O milagre para sua beatificação ocorreu no dia 18 de maio de 2008, em Niterói, no Rio de Janeiro. Suzana Correia da Conceição foi curada de uma atrofia muscular no braço e na mão direita.

Há empecilhos para a santidade? Com certeza, sim! Mas nada que não possa ser superado, com a graça de Deus. A prova disso é a vida da Beata Elisabetta Sanna que provou que uma vocação nunca morre, ela apenas espera o momento para desabrochar.

 

Entenda o que é a UAC aqui: União do Apostolado Católico: o que é e como fazer parte

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