O tempo do Advento chegou. As luzes começam a brilhar nas janelas, as coroas são preparadas e um sentido de expectativa toma conta do ar. Esperamos o Natal, a celebração do Emanuel, o “Deus conosco”.

Contudo, para muitas jovens, essa espera externa reflete uma busca interna, mais profunda: a espera por respostas, por um propósito, por um caminho.

Se você sente no coração uma inquietação, um desejo de fazer a diferença, ou a pergunta “Senhor, o que queres de mim?”, saiba que este tempo litúrgico é o solo mais fértil para essa semente. É o momento ideal para um verdadeiro discernimento vocacional no advento.

Logo, não é um tempo de espera passiva; é um convite à preparação ativa do coração.

O Advento como tempo de espera ativa – o significado espiritual da preparação

Muitas vezes, confundimos “esperar” com “ficar parado”. No entanto, o Advento nos ensina exatamente o contrário: ele é o tempo da vigilância e da preparação.

Na parábola das virgens (Mt 25,1-13), por exemplo, as que estavam preparadas, com suas lâmpadas e azeite, puderam entrar para a festa. Já as que não estavam, ficaram de fora. Nesse sentido, o azeite é a nossa preparação interior: a oração, a escuta da Palavra e o serviço ao próximo.

Como nos lembra o Papa Francisco, a esperança cristã não é otimismo ingênuo, mas uma “espera ativa” (cf. Amoris Laetitia) . Afinal, não esperamos algo que talvez aconteça; esperamos Alguém que certamente vem.

Da mesma forma, o discernimento vocacional não é sentar e esperar que uma resposta caia do céu. Pelo contrário, é preparar o coração ativamente, cultivando o azeite da escuta para estar pronta quando o Senhor passar e chamar.

Silêncio e escuta: chaves do discernimento vocacional no advento

A maior dificuldade para discernir, hoje, talvez seja o excesso de ruído. Vivemos imersas em notificações, opiniões, cobranças e distrações. Como escutar a voz suave de Deus no meio de tanta agitação?

O Advento, então, é um convite radical ao silêncio.

Assim, é no silêncio que a Palavra de Deus encontra espaço para ecoar em nós. Para a jovem que busca entender seu chamado, parar e silenciar é fundamental. Inclusive, São Vicente Pallotti, nosso fundador, compreendeu que toda missão nasce de uma escuta profunda de Deus e da realidade.

Portanto, o silêncio é a primeira chave para o seu discernimento vocacional no advento. Desligue um pouco o mundo externo para conseguir ouvir a voz que fala dentro do seu coração. Ela é a bússola que aponta para a sua verdadeira vocação.

Maria como modelo de vocação e esperança – reflexão sobre o “sim”

Além disso, o Advento é, por excelência, um tempo Mariano. Ninguém esperou Jesus com mais intensidade e preparação do que a Virgem Maria. Ela é o maior modelo de discernimento e resposta vocacional.

Quando o Anjo Gabriel a visitou (Lc 1,26-38), Maria não teve uma resposta imediata e fácil. Ela perguntou: “Como será isso?”. Ela ponderou em seu coração. Desse modo, Maria nos ensina que o discernimento envolve a razão, a dúvida, mas, acima de tudo, uma confiança absoluta em Deus.

O “Sim” de Maria não foi um ato passivo; foi a decisão mais ativa e corajosa da história. Veja bem: ela não apenas esperou a Esperança; ela carregou a Esperança em seu ventre.

Para você, jovem em discernimento, olhar para Maria é aprender a perguntar a Deus “como?” e a confiar o suficiente para dizer “Faça-se em mim a Tua Palavra”. O seu “sim” é o que o mundo precisa para que Cristo continue nascendo hoje.

Como viver o discernimento vocacional no advento de modo prático

Como podemos transformar estas quatro semanas em uma jornada vocacional concreta? Se você deseja aproveitar este tempo para aprofundar seu chamado, deixamos algumas atitudes práticas:

1. Reserve “oásis” de silêncio: De fato, mais do que longas horas, a constância é que importa. Reserve 10 minutos diários. Reze a Liturgia das Horas ou medite o Evangelho do dia. Pergunte a Deus, nesse silêncio, o que Ele espera de você.
2. Pratique a caridade ativa: Voação é ação. Sirva em sua comunidade, visite um necessitado, realize uma ação social. Muitas vezes, é servindo ao próximo que descobrimos quem somos e para o que fomos chamadas.
3. Mantenha um diário espiritual: Anote o que você sente na oração, as inquietações, as pequenas luzes que Deus acende. Isso ajuda a organizar os pensamentos e a perceber os movimentos de Deus.
4. Não caminhe sozinha: Acima de tudo, o discernimento precisa de mediação. Converse com alguém de confiança, uma diretora espiritual ou uma religiosa. Compartilhar sua busca abre portas para que o Espírito Santo aja.

Viver essas práticas transforma a espera. Elas são o “azeite” que preparam sua lâmpada para uma grande descoberta. Essa é a melhor forma de viver a sua jornada de discernimento vocacional no advento.

Um convite para você

O Advento é um presente, uma nova oportunidade de preparar o coração. Não deixe este tempo passar como apenas mais um mês no calendário. Deus está batendo à porta do seu coração e tem um sonho de amor e serviço para a sua vida.

Nós, Irmãs Palotinas, acreditamos que cada jovem é chamada a ser um apóstolo da esperança, assim como São Vicente Pallotti. Se você sente esse chamado arder, nós queremos caminhar com você.

Quer aprofundar sua jornada e entender melhor os passos do chamado de Deus? Baixe o e-book gratuito sobre discernimento vocacional.

E se desejar conversar diretamente sobre suas inquietações e sua história, estamos aqui para ouvir, sem compromisso. Fale com uma Irmã Palotina.